Restauro do habitat para presas silvestres
O fomento de uma comunidade diversa e abundante de presas naturais do lobo, como o corço, o veado, a cabra-montês e o javali, é crucial para evitar o risco de ataques ao gado. Porém, é necessário melhorar as condições de refúgio e alimento para estas espécies silvestres, principalmente através do restauro das florestas nativas, atualmente muito circunscritas e degradadas.
Esta linha de ação tem como objetivo restaurar 6 habitats florestais de interesse comunitário (carvalhais, bosques mistos e galerias ripícolas), abrangendo cerca de 400 hectares, através da promoção da regeneração natural e a plantação de arbustos e árvores nativos, o controlo de plantas exóticas invasoras e matos pirófitos, bem como a manutenção de clareiras e prados naturais.
Ações realizadas
08.11.2024
Na área da Paisagem Protegida do Corno do Bico, em Paredes de Coura, foram iniciados em novembro de 2024, os trabalhos de gestão florestal com recurso a tração animal, para restauro de uma mancha de carvalhal, com o objetivo de recuperar o bosque autóctone para aumentar as populações de presas naturais do lobo, como o corço, reduzindo o risco de ataques ao gado por parte deste predador.
Esta iniciativa do projeto LIFE WILD WOLF com a colaboração do ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas), do Baldio de Bico, representado pela UF de Bico e Cristelo, do Laboratório Rural em Paredes de Coura, da APTRAN (Associação Portuguesa de Tração Animal) e da Universidade de Vigo, pretende melhorar os habitats florestais autóctones e bosques ripícolas (i.e., ao longo de linhas de água), através da erradicação de vegetação exótica e vegetação com elevado risco de incêndio, utilizando técnicas inovadoras e mais sustentáveis ambientalmente como a tração animal, a qual permite uma maior proteção do solo e da regeneração de árvores e arbustos autóctones do que o uso de maquinaria pesada.
A parcela com cerca de 20 ha situa-se na área do Baldio de Bico em co-gestão com o ICNF, onde numa primeira fase foi cortada uma mancha densa de Ciprestes (Cupressus sempervirens), com menor valor ecológico e elevado risco de incêndio, sendo o transporte dos troncos de madeira assegurado por 3 binómios homem-cavalo treinados para este tipo de atividade florestal mais sustentável. Futuras intervenções de restauro ecológico estão previstas para esta parcela, como a remoção de árvores exóticas, p.e. Camecíparis (Chamaecyparis sp), a promoção da regeneração natural e plantação de árvores e arbustos autóctones e a reintrodução de espécies arbóreas localmente extintas, como o Teixo (Taxus baccata).
© LIFE WILD WOLF 2024
© Alto Minho TV
Uma centena de volutários em ação de recuperação do habitat do lobo- ibérico