Redução da mortalidade e ameaças
A perseguição ilegal é uma das principais ameaças à sobrevivência do lobo e suas presas naturais, em particular com recurso a armadilhas de laço e veneno. Outras ameaças envolvem as colisões com veículos e a proliferação de cães errantes, as quais no seu conjunto, são um grave problema para a biodiversidade e segurança pública.
Esta linha de ação tem como objetivo principal capacitar as autoridades para uma maior eficiência na mitigação destas ameaças, nomeadamente através da fiscalização e punição da caça furtiva, da redução do risco de atropelamento de fauna selvagem e da gestão eficaz de cães errantes em zonas rurais. Em Portugal, inclui a formação de uma equipa cinotécnica da GNR, com dois cães treinados para deteção de iscos envenenados.
Ações realizadas
19.06.2024
A sessão de formação que abordou a vigilância e mitigação de conflitos com o lobo, e os impactos da caça furtiva sobre o lobo e as suas presas naturais, como o javali, corço, veado e cabra-montês, destinou-se a 150 militares e civis do SEPNA e GNR, Vigilantes da Natureza, Corpo Nacional de Agentes Florestais e Sapadores Florestais do ICNF, dos distritos de Viana do Castelo, Braga e Vila Real.
A Rewilding Portugal partilhou a experiência de prevenção de furtivismo desenvolvida no âmbito do projeto europeu LIFE WolFlux – no qual se criou uma patrulha para a deteção de laços e outros crimes ambientais - com o objetivo de promover a replicabilidade e a troca de aprendizagens com os agentes que trabalham no Parque Nacional de Peneda-Gêres e a sua zona de influência.
Foram também apresentados pelo ICNF, dados relativos ao Sistema de Monitorização de Lobos Mortos e ao Programa Antídoto, e esclarecido o funcionamento do Sistema de Compensação de Prejuízos aos Criadores de Gado.
O evento contou ainda com uma sessão demonstrativa sobre a deteção de armadilhas de laço e com a equipa cinotécnica da GNR para deteção de iscos envenenados, implementada no âmbito do LIFE WILD WOLF.
© LIFE WILD WOLF 2024
19.06.2024
Os métodos de perseguição ilegal ao lobo, como laços e iscos envenenados "não escolhem espécies", o que significa que animais domésticos e até pessoas podem acidentalmente sofrer danos físicos graves, e no caso do envenenamento, existe um elevado risco de contaminação ambiental. Este alerta foi dado pela GNR em contexto de demonstração da equipa cinotécnica anti-venenos, recentemente instalada em Viana do Castelo, com dois binómios de agentes (tratador e cão) em treinos, no âmbito dos projetos LIFE WILD WOLF e LIFE WolFlux.
A importância das medidas de fiscalização da caça para prevenção de meios de captura ilegais, como laços e iscos envenenados reflete-se nos dados do Programa Antídoto, que reportam mais de 200 animais de espécies protegidas mortos por veneno, entre 1982 e 2014.
© LIFE WILD WOLF 2024
Gestão ética dos cães errantes para proteger a biodiversidade em áreas de ocorrência do lobo
31.05.2024
Os cães errantes, sejam abandonados ou incontrolados, representam um grave problema para a biodiversidade e segurança pública, podendo provocar ataques a pessoas, gado e a espécies selvagens como o corço, uma presa natural do lobo. Estes animais constituem também risco potencial de transmissão de doenças ou cruzamentos com o lobo, resultando em híbridos férteis, que ameaçam a integridade genética da espécie. Além disso, os cães errantes podem também ser uma fonte ocasional de alimento para o lobo, constituindo assim um fator de atração deste predador para próximo de núcleos urbanos.
Com o objetivo de prevenir a proliferação de cães errantes em áreas rurais com presença de lobo, e contribuir para uma gestão adequada e ética dos cães vadios e errantes, no âmbito do Projeto LIFE WILD WOLF foi celebrado um protocolo entre o Município de Paredes de Coura e duas associações locais de defesa animal (ACOD e ADAC), de forma a garantirem a esterilização de cães errantes resgatados em zonas rurais e fomentar a adoção responsável destes animais.
Os animais capturados são assistidos por veterinários responsáveis pela sua esterilização, colocação de um dispositivo de identificação eletrónica e registo no Sistema de Informação de Animais de Companhia (SIAC), permanecendo sob a responsabilidade das associações até serem conduzidos para adoção ou famílias de acolhimento.
Entre 2023 e 2024, foram recolhidos, esterilizados e identificados com microchip um total de 93 cães errantes, muitos deles conduzidos para adoção. A maioria dos cães foi capturada nas freguesias incluídas na Paisagem Protegida do Corno do Bico, área classificada como Sítio Rede Natura 2000 onde ocorre uma alcateia reprodutora de Lobo-ibérico. Esta ação representa um passo significativo na redução de uma importante ameaça à conservação do lobo numa área com elevado interesse ambiental.
© LIFE WILD WOLF 2024
Divulgação de boas práticas para prevenir o abate ilegal de fauna silvestre